26 de mai. de 2012

Psicose Infantil

Para Ajuriaguerra e Marcelli (1986) a psicose infantil é um transtorno de personalidade dependente do transtorno de organização do eu e da  relação da criança com o ambiente.

Uma criança com psicose é portadora de um transtorno psíquico manifestado de formas diferenciadas, variando desde alteração no comportamento até insônia e dificuldades na fala e de comunicação.

O meio ambiente e a relação com a família são decisivos na instalação ou agravamento do transtorno
psíquico.


Há maior incidência em crianças do sexo masculino do que nas do sexo feminino. Em cada dois meninos, uma menina é acometida de psicose, ou, em cada três, uma.

Parece haver  relação existente entre o desenvolvimento psíquico saudável e o relacionamento mãe-bebê, já que, distúrbios neste relacionamento podem implicar em patologias, como, por exemplo, o Autismo e a Esquizofrenia.

Na concepção de Winnicott**, citado no trabalho de Bezerra et al (s/d), o desenvolvimento afetivo-emocional da criança constitui-se da subjetividade do sujeito a partir de uma relação saudável entre mãe e bebê, o qual apresenta uma relação visceral com a mãe em seu primeiro ano de vida, considerando-a, junto com o ambiente, uma extensão do seu próprio corpo, pois neste período não há ainda a divisão do “não-eu” e do “eu” do bebê. Portanto, para a formação saudável da psique do bebê é necessário que ambos, mãe e ambiente, sejam suficientemente bons, caso isto não ocorra ou não sejam corrigidas as falhas de não suprimir as necessidades do bebê estabelece-se na relação mãe-bebê uma espécie de carência/deficiência, que acarreta para o bebê uma grande ansiedade e, por isto, um comprometimento na constituição da sua subjetividade. Assim, a ocorrência de distorções no relacionamento mãe-bebê seria a origem dos quadros de psicose.

As características do psicótico infantil listadas são:

* dificuldade para se afastar da mãe;

* problemas para compreender o que vê;

* alterações significativas na forma ou conteúdo do discurso, repetindo de imediato palavras e/ou frases ouvidas (fala ecolálica) ou empregando-se de forma idiossincrática estereotipias verbais ou frases ouvidas anteriormente, sendo comum a inversão pronominal, referindo-se ao EU na terceira pessoa do singular ou o seu nome próprio;   

* alterações significantes na produção da fala com relação ao volume, ritmo e modulaçãoação ; habilidades especiais; conduta socialmente embaraçosa e negação da passagem da alimentação liquida para solida ou bulimia não diferenciada incorporando qualquer objeto pela boca.

A participação da família é fundamental para a recuperação e integração social da criança com psicose. Os pais também precisam de atendimento porque a recuperação ou integração da criança fica mais rápida.

Por
Regiani Salvador
Psicolog, pós graduada em Neuropsicologia