26 de mai. de 2012

Autismo atípico

O Autismo atípico ou Desordem desenvolvimental pervasiva de início na infância é uma variante do autismo que pode ter início mais tardio, dos 3 até os 12 anos de idade. Assim como a criança com autismo de início precoce, a criança com autismo atípico não desenvolve relacionamentos sociais normais e freqüentemente apresenta maneirismos bizarros e padrões anormais de fala. Essas crianças também podem ter Síndrome de Tourette, Transtorno obsessivo-compulsivo ou hiperatividade.
Difere do autismo infantil típico, tanto pela idade de início quanto pelo fato de não preencher todos os critérios de diagnósticos.
Refere-se a um desenvolvimento anormal e prejudicado que se evidencia somente depois dos 3 anos de idade, faltando normalidades suficientemente demonstráveis em uma ou duas das três áreas da psicopatologia requeridas para o diagnóstico de autismo típico, como por exemplo:
  • interações sociais recíprocas anormais;
  • comunicação anormal; e
  • comportamento restrito, estereotipado e repetitivo.
Apesar de faltar anormalidades nessas áreas, há anormalidades características em outras áreas.
O autismo atípico surge mais freqüentemente em indivíduos com deficiência mental profunda e em indivíduos com um grave transtorno específico do desenvolvimento, da recepção e da linguagem.[2]

Referências

Transtorno Global do Desenvolvimento

Transtornos Globais do Desenvolvimento (Autismo Infantil)
Esse grupo de transtornos é caracterizado por severas anormalidades nas interações sociais recíprocas, nos padrões de comunicação estereotipados e repetitivos, além de um estreitamento nos interesses e atividades da criança. Costumam se manifestar nos primeiros cinco anos de vida . Existem várias formas de apresentação dos transtornos globais, não havendo até o presente momento um consenso quanto à forma de classificá-los.
A forma mais conhecida é o Autismo Infantil, definido por um desenvolvimento anormal que se manifesta antes dos três anos de vida, não havendo em geral um período prévio de desenvolvimento inequivocamente normal. As crianças com transtorno autista podem ter alto ou baixo nível de funcionamento, dependendo do QI, da capacidade de comunicação e do grau de severidade nos seguintes itens: 

* Prejuízo acentuado no contato visual direto, na expressão facial, posturas corporais e outros gestos necessários para comunicar-se com outras pessoas;

* Fracasso para desenvolver relacionamentos com outras crianças, ou até mesmo com seus pais.

* Falta de tentativa espontânea de compartilhar prazer, interesses ou realizações com outras pessoas (por exemplo: não mostrar, trazer ou apontar objetos de interesse );

*Atraso ou ausência total da fala ( não acompanhado por uma tentativa para compensar através de modos alternativos de comunicação, tais como gestos ou mímicas );

* Em crianças com fala adequada, acentuado prejuízo na capacidade de iniciar ou manter uma conversa;

* Uso repetitivo de mesmas palavras ou sons;

* Ausência de jogos ou brincadeiras variadas de acordo com a idade;

* A criança parece adotar uma rotina ou ritual específico em seu ambiente, com extrema dificuldade e sofrimento quando tem que abrir mão da mesma;

* Movimentos repetitivos ou complexos do corpo;

* Preocupação persistente com partes de objetos.


Outras formas de transtornos globais do desenvolvimento são:
 

Autismo atípico,
Síndrome de Rett,
Transtorno desintegrativo da infância,
Síndrome de Asperger.


O tratamento do transtorno autista visa principalmente uma educação especial com estimulação precoce da criança. A terapia de apoio familiar é muito importante: os pais devem saber que a doença não resulta de uma criação incorreta e necessitam de orientações para aprenderem a lidar com a criança e seus irmãos.
 Muitas vezes se faz necessário o uso de medicações para controlar comportamentos não apropriados e agressivos. O prognóstico destes transtornos é muito reservado e costumam deixar importantes seqüelas ou falhas no desenvolvimento dessas pessoas na idade adulta.

Psicose Infantil

Para Ajuriaguerra e Marcelli (1986) a psicose infantil é um transtorno de personalidade dependente do transtorno de organização do eu e da  relação da criança com o ambiente.

Uma criança com psicose é portadora de um transtorno psíquico manifestado de formas diferenciadas, variando desde alteração no comportamento até insônia e dificuldades na fala e de comunicação.

O meio ambiente e a relação com a família são decisivos na instalação ou agravamento do transtorno
psíquico.


Há maior incidência em crianças do sexo masculino do que nas do sexo feminino. Em cada dois meninos, uma menina é acometida de psicose, ou, em cada três, uma.

Parece haver  relação existente entre o desenvolvimento psíquico saudável e o relacionamento mãe-bebê, já que, distúrbios neste relacionamento podem implicar em patologias, como, por exemplo, o Autismo e a Esquizofrenia.

Na concepção de Winnicott**, citado no trabalho de Bezerra et al (s/d), o desenvolvimento afetivo-emocional da criança constitui-se da subjetividade do sujeito a partir de uma relação saudável entre mãe e bebê, o qual apresenta uma relação visceral com a mãe em seu primeiro ano de vida, considerando-a, junto com o ambiente, uma extensão do seu próprio corpo, pois neste período não há ainda a divisão do “não-eu” e do “eu” do bebê. Portanto, para a formação saudável da psique do bebê é necessário que ambos, mãe e ambiente, sejam suficientemente bons, caso isto não ocorra ou não sejam corrigidas as falhas de não suprimir as necessidades do bebê estabelece-se na relação mãe-bebê uma espécie de carência/deficiência, que acarreta para o bebê uma grande ansiedade e, por isto, um comprometimento na constituição da sua subjetividade. Assim, a ocorrência de distorções no relacionamento mãe-bebê seria a origem dos quadros de psicose.

As características do psicótico infantil listadas são:

* dificuldade para se afastar da mãe;

* problemas para compreender o que vê;

* alterações significativas na forma ou conteúdo do discurso, repetindo de imediato palavras e/ou frases ouvidas (fala ecolálica) ou empregando-se de forma idiossincrática estereotipias verbais ou frases ouvidas anteriormente, sendo comum a inversão pronominal, referindo-se ao EU na terceira pessoa do singular ou o seu nome próprio;   

* alterações significantes na produção da fala com relação ao volume, ritmo e modulaçãoação ; habilidades especiais; conduta socialmente embaraçosa e negação da passagem da alimentação liquida para solida ou bulimia não diferenciada incorporando qualquer objeto pela boca.

A participação da família é fundamental para a recuperação e integração social da criança com psicose. Os pais também precisam de atendimento porque a recuperação ou integração da criança fica mais rápida.

Por
Regiani Salvador
Psicolog, pós graduada em Neuropsicologia

Transtorno Disruptivo

Os transtornos da infância diretamente relacionados com o comportamento são os transtornos de oposição e desafio e o transtorno de conduta. São caracterizados por um padrão repetitivo e persistente de comportamento agressivo, desafiador, indo contra as regras de convivência social. Tal comportamento deve ser suficientemente grave, sendo diferente de travessuras infantis ou rebeldia "normal" da adolescência.
O Transtorno de oposição e desafio (TOD) tem maior incidência na faixa etária dos 4 aos 12 anos e atinge mais meninos que meninas. Tem como característica um comportamento opositor às normas, discute com adultos, perde o controle, fica aborrecido facilmente e aborrece aos outros.
No Transtorno de Conduta, que é mais comum entre adolescentes do que crianças e é mais comum também entre meninos, o padrão disfuncional de comportamento é mais grave que no Transtorno de oposição e desafio. Eles freqüentemente agridem pessoas e animais, envolvem-se em brigas, em destruição de propriedade alheia, furtos ou ainda agressão sexual. Sérias violações de regras, como fugir de casa, não comparecimento sistemático à aula e enfrentamento desafiador e hostil com os pais também são sinais da doença. Esse transtorno está freqüentemente associado à ambientes psicossociais adversos, tais como: instabilidade familiar, abuso físico ou sexual, violência familiar, alcoolismo e sinais de severa perturbação dos pais.
A comorbidade desses transtornos com o abuso de substâncias e TDAH chega a quase 50%. O tratamento dos transtornos de oposição e de conduta envolve principalmente psicoterapia individual e familiar, e às vezes reclusão em unidades corretivas. O tratamento das comorbidades é fundamental e pode necessitar de medicação (nos casos de TDAH) ou até internação (em quadros graves de dependência química).

Transtornos Psiquiatricos na Infância

TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS NA INFÂNCIA
O pensar, a capacidade de utilizar uma linguagem escrita, falada ou ainda de experimentar sentimentos não nascem com a criança, estando profundamente relacionados a seu desenvolvimento.
Existem, entretanto, transtornos psiquiátricos que podem ocorrer no desenvolvimento da criança, os quais examinaremos a seguir e que são:
Transtornos da aprendizagem, transtornos das habilidades motoras e transtornos da comunicação (linguagem)
Os transtornos da aprendizagem referem-se a dificuldades na leitura, na capacidade matemática ou nas habilidades de escrita.

No transtorno das habilidades motoras, o desempenho em atividades diárias que exigem coordenação motora está abaixo do esperado para a idade, como por exemplo atraso para sentar, engatinhar, caminhar, deixar cair coisas, fraco desempenho nos esportes ou caligrafia insatisfatória. Muitas vezes essa criança é vista como desajeitada, tropeçando com freqüência ou inábil para abotoar suas roupas ou amarrar os cadarços do sapato.
Nos transtornos da comunicação a perturbação pode manifestar-se por sintomas que incluem um vocabulário limitado, erros grosseiros na conjugação de verbos, dificuldade para evocar palavras ou produzir frases condizentes com sua idade cronológica. Os problemas de linguagem também podem ser causados por perturbações na capacidade de articular sons ou palavras.
Não é raro a presença de mais de um desses transtornos de aprendizagem em uma mesma criança, muitas vezes estando associados com o transtorno de hiperatividade e déficit de atenção. O tratamento das dificuldades de aprendizagem inclui muitas vezes reforço escolar, tratamento psicopedagógico, psicológico, psiquiátrico, fonoaudiológico ou até mesmo encaminhamentos para escolas especiais, dependendo da gravidade do problema. A baixa auto-estima, a repetência escolar e o abandono da escola são complicações comuns nesses transtornos.
Transtorno do déficit de atenção-hiperatividade
Crianças com este transtorno não prestam atenção a detalhes e cometem erros por discuido, evitam atividades que exijam esforço mental, esquecem coisas importantes, parecem estar np mundo da lua quando falam com ele, muitas vezes não conseguem terminar deveres escolares, tem dificuldade de organizar, planejar e executar.
A hiperatividade aparece como uma inquietação, manifesta por agitação de mãos ou pés e não conseguir permanecer parado na cadeira. São crianças que quase sempre saem de seus lugares em momentos não apropriados, correm em demasia, têm dificuldade de permanecer em silêncio, estando freqüentemente "a mil".
Outra característica desse transtorno é a impulsividade, que aparece em respostas precipitadas mesmo antes de as perguntas terem sido completadas. Com freqüência, são crianças que têm dificuldade de aguardar sua vez, interrompendo ou intrometendo-se em assuntos alheios.
O transtorno deve ser diagnosticado e tratado ainda na infância para não causar maiores prejuízos ao desenvolvimento interpessoal e escolar da criança. O tratamento inclui psicoterapia individual e, às vezes, terapia familiar. Quase sempre faz-se necessário o uso de medicação com um resultado muito satisfatório.
Por: Regiani Salvador
       Psicóloga, pós graduada em Neuropsicologia