13 de nov. de 2013

NEUROPSICOLOGIA

NEUROPSICOLOGIA A neuropsicologia preocupa-se com a complexa organização cerebral e suas relações com o comportamento e a cognição, tanto em quadros de doença como no desenvolvimento normal, e é definida como a ciência aplicada que estuda a expressão comportamental das disfunções cerebrais. O neuropsicólogo tem por objetivo principal correlacionar as alterações observadas no comportamento do paciente com as possíveis áreas cerebrais envolvidas, realizando, essencialmente um trabalho de investigação clinica que utiliza testes e exercícios neuropsicológicos. (Malloy-Diniz, 2010) Segundo Luria (1981) existem três tipos de interação entre o cérebro e o processo mental necessário para o desenvolvimento da atividade mental : A unidade de atenção, a unidade de codificação e processamento, e por fim, a unidade de planificação. A avaliação neuropsicológica é uma estratégia investigativa destinada a identificar, obter e proporcionar dados e informações sobre o funcionamento mental dos sujeitos. Malloy-Diniz (2010) considera como demanda da avaliação neuropsicológica: “1. a quantificação e a qualificação detalhadas de alterações das funções cognitivas, buscando diagnóstico ou detecção precoce de sintomas, tanto em clínica quanto em pesquisa; 2. A avaliação e a reavaliação para acompanhamento dos tratamentos cirúrgicos, medicamentosos e de reabilitação; 3. A avaliação direcionada para o tratamento, visando principalmente à programação de reabilitação neuropsicológica; 4. A avaliação voltada para os aspectos legais, gerando informações e documentos sobre as condições ocupacionais ou incapacidades mentais de pessoas que sofreram algum insulto cerebral ou doença, afetando o sistema nervoso central. (Malloy-Diniz, 2010, p. 51) Segundo Alcântara e Ferreira (2010) a atuação do neuropsicólogo clínico na avaliação neuropsicológica é um método de investigações da atenção, percepção, memória, linguagem e raciocínio (funções cognitivas) e do comportamento, utiliza de técnicas de entrevista e exames quantitativos e qualitativos. Sendo na abordagem quantitativa baseado em normas, análises e estudos de validade, com o método de comparação e padrões para determinar as diferenças entre o pré e pós tratamento a partir de escalas, média e desvio padrão. Já na abordagem qualitativa é um complemento da avalição, contribuiu para os dados que não observáveis através de testes padronizados, para confirmar ou questionar os dados quantitativos. Malloy-Diniz (2008) ressalta que as principais razões para se solicitar uma avaliação neuropsicológica são: 1. Auxílio diagnóstico: as questões diagnósticas geralmente buscam saber qual seria o problema do paciente e como ele se apresenta. Isso implica que seja feito um diagnóstico diferencial entre quadros que têm manifestações muito semelhantes ou passíveis de serem confundidas. 2. Prognóstico: com o diagnóstico feito, deseja-se estabelecer o curso da evolução e o impacto que a desordem terá à longo prazo. Este tipo de previsão tem a ver com a própria patologia ou condição de base da doença ou transtorno (quando há lesão, com o lugar, o tamanho e lado no qual se encontra e, nesse caso, devem ser considerados os efeitos à distância que elas provocam). 3. Orientação para o tratamento: ao estabelecer a relação entre o comportamento e o substrato cerebral ou a patologia, a avaliação neuropsicológica não só delimita áreas de disfunção, mas também estabelece as hierarquias e a dinâmica das desordens em estudo. Tal delineamento pode contribuir para a escolha ou para mudanças nos tratamentos medicamentosos ou outros. 4. Auxílio para planejamento da reabilitação: a avaliação neuropsicológica estabelece quais são as forças e as fraquezas cognitivas, provendo assim uma espécie de mapa para orientar quais funções devem ser reforçadas ou substituídas por outras. 5. Seleção de pacientes para técnicas especiais: a análise detalhada de funções permite separar subgrupos de pacientes de mesma patologia, possibilitando uma triagem específica de pacientes para um procedimento ou tratamento medicamentoso. 6. Perícia: auxiliar a tomada de decisão que os profissionais da área do direito precisam fazer em uma determinada questão legal. Fachel & Camey considera-se que, devido os fatores diversos que interferem no processo de avaliação, o diagnóstico elaborado apenas em dados quantitativos facilmente incide em erro. Por isso a importância da interdisciplinaridade das neurociências bem como do uso de instrumentos variados pelo neuropsicólogo. (apud Alcantâra; Ferreira 2000, pág.3) Em 2004 o Conselho Federal de Psicologia reconheceu a Neuropsicologia como especialidade da Psicologia (Resolução CFP Nº 002/2004), com isso algumas diretrizes sobre a Neuropsicologia foram escritas pela primeira vez de forma reconhecida por um órgão regulador do Psicólogo Brasileiro.